A Comunidade Santo Antônio tem suas raízes fincadas na fé simples e perseverante de um povo que, mesmo diante das limitações, nunca deixou de buscar a presença de Deus. Sua história começa entre os anos de 1995 e 1996, quando moradores do bairro passaram a se reunir nas casas para rezar o Terço. Aqueles momentos de oração marcaram o início de um processo que, ao longo dos anos, consolidaria uma comunidade viva, unida e profundamente devota.
Com o crescimento da participação, surgiu a necessidade de algo mais estruturado. Foi então que o Padre Roberto Carlos (Pe. Beto) começou a celebrar missas mensais, no dia 13 de cada mês, em uma garagem gentilmente cedida por Dona Yolanda, uma moradora do bairro. A garagem, porém, logo se mostrou pequena para acolher tantos fiéis. Ao perceber o fervor da comunidade, Pe. Beto deu um passo ousado: conseguiu trazer as relíquias de Santo Antônio, que estavam visitando a região da Escopal, para uma procissão pelas ruas do bairro. A presença das relíquias reacendeu ainda mais a fé do povo e despertou no coração do pároco o desejo de formar uma nova comunidade.
Foi assim que, no dia 19 de setembro de 1999, nasceu oficialmente a Comunidade Santo Antônio, em um espaço alugado — o mesmo que abriga a comunidade até os dias de hoje. Com mais de 25 anos de história, a comunidade segue firme, formada majoritariamente por pessoas idosas, mas que mantêm viva a chama da fé e da missão. As celebrações acontecem aos sábados, às 17h, com a benção dos pãezinhos nas missas mensais, mantendo viva a tradição em honra ao seu padroeiro.
Apesar da caminhada ser repleta de fé, a comunidade também enfrenta desafios. Um dos mais significativos é a ausência de catequistas, o que dificulta a formação de catequizandos e, consequentemente, a participação das crianças nas celebrações. Mesmo assim, a comunidade não desanima e continua fiel à sua missão. Uma tradição bonita que perdura há anos é a oração pelas vocações, realizada na última terça-feira de cada mês, reunindo fiéis comprometidos com o chamado de Deus à vida sacerdotal, consagrada e leiga.
Além das atividades pastorais, a Comunidade Santo Antônio também se destaca por sua ação social. Atualmente, presta auxílio a duas famílias em situação de vulnerabilidade e promove semanalmente uma oficina de artesanato, realizada às quintas-feiras, das 14h30 às 17h. Nesse espaço, os participantes trocam saberes e experiências em técnicas como bordado, crochê e pintura em MDF. O que impressiona é a vitalidade dos membros dessa oficina: muitos têm 70, 80, 90 e até 97 anos, e continuam ativos, aprendendo e ensinando com alegria e generosidade.
Com os trabalhos produzidos na oficina, a comunidade realiza duas feiras de artesanato por ano, nos meses de junho e dezembro, que além de ajudarem na arrecadação de recursos, são também ocasiões de convívio, partilha e fortalecimento dos laços comunitários.
Após anos sem realizar atividades ao ar livre, a comunidade retomou, com o incentivo e apoio do Padre Rangel, a Missa Campal — uma celebração que já foi tradição e que, em 2025, foi resgatada com grande emoção. A missa aconteceu de forma bela e confortável, marcando um novo tempo para a comunidade, trazendo ânimo e esperança renovada aos que dela participam.
Hoje, a Comunidade Santo Antônio segue sua missão com simplicidade, fé e espírito fraterno. Seus membros são exemplo de perseverança e amor à Igreja. Mesmo com os desafios, é uma comunidade que resiste com alegria e esperança, sendo presença viva do Evangelho no bairro. Cada reunião, cada oração, cada gesto de serviço é expressão de uma fé que, desde os anos 90, tem sido construída por mãos simples e corações generosos.